domingo, 4 de janeiro de 2015

casa assombrada do morro de cruzeiro do sul rs

Casa do Morro de Cruzeiro do Sul - RS, você pode perguntar, por que chamou a sua atenção? É que esse Atormentado aqui, reside nessa cidade, de pouco mais de 12 mil habitantes, localizada no interior do Rio Grande do Sul, à cerca de 125 Km de Porto Alegre.

Lendas
Existem muitas histórias de que a Casa do Morro, que é o símbolo do município de Cruzeiro do Sul, estampando o brasão da cidade inclusive, falando que a casa seria assombrada. Pessoas que moram nos arredores dizem ouvir barulhos vindos de dentro da casa, a noite, embora a casa esteja a muito abandonada. Luzes que se apagam, seja ela luz elétrica, ou mesmo os lampiões a querosene de antigamente, também são relatados.

Quando criança, em meados da década de 90, tive a oportunidade de ler o livro Mitos e Lendas do Rio Grande do Sul, do escritor Antonio Augusto Fagundes. Nesse livro há uma história envolvendo a casa tema dessa postagem, onde fala-se de um tesouro escondido nas paredes dessa construção. Essa lenda foi particularmente ruim para a casa, pois pessoas interessadas no tal tesouro destruíram paredes e chão da habitação, que hoje, aguarda a restauração para abrigar futuramente a casa de cultura do município. Porém como vocês poderão ver abaixo, o estado atual é de total abandono.

História
A casa do morro, ou o solar dos Azambuja, como também é conhecida, foi construída por ordem do Tenente Coronel Primórdio Centeno de Azambuja (1823-1898). Sua construção foi iniciada em 1873 e concluída em 1878. O tenente coronel era filho do casal João Xavier de Azambuja e Laura Centeno de Azambuja que, em 1855, adquiriram as terras situadas entre os arroios Sampaio e o de Moinhos, denominando a grande área da Fazenda São Gabriel. A sede da Fazenda, com a moradia dos proprietários, situava-se onde hoje é a Prefeitura de Cruzeiro do Sul. Essa família possuía grandes posses, e assim nosso caro Primórdio que teria combatido na guerra do Paraguai (1864-1970), a serviço da guarda nacional, iniciou em 1872 a construção da sua casa, próxima a cede da fazenda, mas nesse mesmo ano, uma enchente acabou inundando a residência, o que o motivou a mudar a localização da sua nova moradia, agora em um ponto mais alto. A obra iniciou em 1873, sendo concluída em 1878. Segundo as histórias passadas no tradicional boca a boca, as paredes do solar eram compostas de duas camadas de tijolos e entre essas camadas haveriam vãos. O poder econômico da família, dona de grande quantidade de terra em toda a região, fez crescer entre os populares a lenda de que no interior da casa havia sido escondida uma grande quantidade de ouro, tal tesouro estaria escondido nesses vãos entre as paredes.

Após a morte de Primórdio, a casa permaneceu em posse dos Azambuja, até o ano de 1914. De lá pra cá a casa foi alugada por diversas vezes, até que acabou sendo abandonada e posteriormente depredada por pessoas que acreditavam na lenda de que a casa do morro abrigaria, entre suas paredes, uma fortuna em ouro.

O abandono se deve em parte pelas histórias de assombração. Muitas pessoas relataram os estranhos ruídos vindos da casa, mesmo em épocas mais remotas, quando o local ainda era habitado. Outros dizem ser possível avistar entre seus arcos, uma entidade que aparece e desaparece em um piscar de olhos. Alguns acreditam que o Tenente coronel permanece em seu antigo lar, e ainda observa a paisagem do alto do morro.
                                                                                                                                                           
A prefeitura do município de Cruzeiro do Sul, juntamente com voluntários da comunidade local, tem realizado a limpeza do matagal que estava tomando conta da residência histórica. Obras de restauração também estão para começar. O projeto de utilizar o local como Casa de Cultura talvez, finalmente, saia do papel.