Magia Negra & Nazismo
Nazi-Esoterismo: Crenças e Magia no Reich de Hitler
O aspecto místico do nazismo é algo de espantoso como fenômeno sociocultural do século XX. Uma situação impensável no contexto do racionalismo contemporâneo e mais absurdo ainda nos dias atuais dessa pós-modernidade. Não foi a toa que Hitler ganhou fama de demente, maluco, medium imbecil inconsciente, cavalo de santo! Mas Hitler não estava sozinho. Junto com ele, uma assembléia de cidadãos alemães aparentemente equilibrados mergulhou em um delírio maligno de que toda a nação estava sendo vítima de uma conspiração que visava submeter a raça ariana ao jugo semita dos judeus.
Essas idéias e muitas outras mais, todas eivadas de uma aura esotérica, pagã, foram desenvolvidas na Sociedade de Thule, a versão alemã mais proeminente das Sociedades Secretas ocultistas que floresceram entre Europa e América do Norte naquele período. Os textos que falam das ciências ocultas no contexto do nazismo referem-se, com insistência, da influência da Teosofia da mal falada H. P. Blavatsky e sua Doutrina Secreta na formação da ideologia, filosofia e orientação científica adotadas pelo 3° Reich. É curioso porque entre as Sociedades Secretas que de alguma forma se afinavam com as prática da Sociedade de Thule, a Sociedade Teosófica sequer poderia ser citada porque nunca teve o perfil de "sociedade secreta" configurando-se, antes, como centro de estudos.
As Sociedades Secretas parentes da sociedade de Thule foram [e são] todas mais solenes em seus protocolos e teatrais, um traço que se reflete até nas suas denominações, alegóricas, fantasiosas. Uma das mais antigas dessas associações misteriosas é a Rosa Cruz, cujas origens, envoltas na lenda, remontam ao século XV [anos 1400] passando significativamente pelo solo alemão. A Rosa-Cruz é antiga o suficiente para que a original tenha se perdido em meio aos numerosos clones dos Rosa-cruzes [a Maçonaria sofre de processo semelhante: clonagem]. Porém, em aspectos gerais, o tipo de organização e supostas práticas rituais de rosa-cruzes [e também maçons]inspiraram o funcionamento, a hierarquia e os ritos das que surgiram depois.
As pretensas herdeiras de um conhecimento arcaico, mágico, assumiram denominações um tanto espetaculosas que, por si só, já deveriam indicar aos mais sensatos uma certa falta de seriedade para com as Ciências Ocultas: Caveira e Ossos [1833], O.T.O. ─ Order of the Temple of the East ou The Order of Oriental Templars [1865 ─ Ordem do Templo do Oriente! ou Ordem dos Templários Orientais!], Golden Dawn [Aurora Dourada! ─1890], Sociedade de Thule [que significa, mais ou menos, Sociedade dos Herdeiros de Thule, ou seja dos Hiperbóreos ou, ainda, da Segunda Raça Humana! ─ 1911], onde a cúpula nazista desenvolveu suas idéias mais torpes.
É realmente assombroso constatar que pessoas cultas, intelectuais, cientistas, filósofos, artistas, tenham se deixado seduzir pelas práticas destas Sociedades a ponto de levar a sério um corpo doutrinário que pretendia, com o estudo superficial de alguns anos, reunir tradições mágicas milenares em um mesmo pacote de excentricidades.
Essa gente, que além da paixão pelo exotérico [magia fácil e escandalosa] não raro, consumia as drogas da época, do absinto e da cana braba ao haxixe, ópio, cocaína etc., pretendeu assimilar de uma só tacada práticas místicas cujo domínio demanda uma vida longa: Cabala, Hermetismo, mistérios do Antigo Egito, Alquimia, Teurgia [o trabalho ou magia com forças divinas, angélicas, santas], Psicurgia [trabalho com seres de outros planos existenciais: elementais, larvas mentais/formas-pensamento, espíritos de homens desencarnados etc.], Alta Magia de Eliphas Levi e Papus, Teosofia, magia enochiana e grimórios renascentistas [que, francamente, não passam de coletâneas de receitas patéticas, quando não são nojentas, em sua grande maioria] entre outras artes mágicas menos cotadas.
Seguidores de uma Sociedade como Thule são prova histórica de que erudição não produz bom senso; e que a leitura de mestres confiáveis, sérios, não significa que o discípulo aprendeu coisa que preste; ao contrário, certas mentes passionais, perturbadas, pervertidas e perversivas têm especial capacidade de extrair interpretações infelizes de qualquer doutrina, filosofia ou qualquer agregado de palavras, ainda que seja uma canção de ninar. Meditemos...
Os thulistas praticavam magia negra. Numerosos pesquisadores investigaram esse aspecto do nazismo e escreveram livros sobre o assunto. Significa que os sisudos militantes nazistas e proeminentes cidadãos fanatizados pelo nacionalismo dedicavam-se a rituais com objetivos malignos. Porque isto é magia negra: poder mágico que viola princípios fundamentais da Natureza; a magia negra é violência que pretende submeter o curso normal dos eventos, pessoais, nacionais, globais ou cósmicos.
Os nacionalistas-delirantes alemães queriam colocar poder mágico a serviço da idéia de superioridade racial ariana; pretendiam exercer a força mágica para conquistar poder de transformar o mundo no império da Raça Superior, a ariana. Um exemplo de tentativa de aplicação prática de ciência oculta em favor da ação militar alemã na segunda guerra, foi a consulta freqüente a mediuns, videntes, astrólogos quando era necessário definir o momento de uma ofensiva ou de um recuo. Por fim, o próprio Hitler foi um profeta de guerra muito antes de pertencer ao Partido Nacional Socialista; porque, sobre a mediunidade de Hitler, tudo indica que é fato, ainda que a ciência não saiba exatamente no quê consiste o fenômeno da mediunidade.
Sociedade Vril - Castelo de Wewelsburg
Heinrich Himmler foi o personagem de maior influência ocultista dentro do Terceiro Reich. Ele comandava a SS com base em suas convicções políticas mas, antes de tudo, com base em suas concepções ocultistas.
Himmler foi membro ativo da Sociedade Vril e se dedicava integralmente ao satanismo, fazendo disso uma religião. Realizava casamentos, rituais místicos negativos tântricos, iniciações, evocações e sacrifícios. A cerimônia de casamento de uma prima de Eva Brown, esposa de Hitler, foi realizada por Himmler.