Imaginar caminhar em um cemitério já pode ser apavorante para muitas pessoas, que dirá então entrar em uma necrópole. Isso até parece ficção, mas foi descoberta no deserto da Jordânia a cidade de Petra, escavada em uma rocha que fica entre diversas montanhas, e cujo acesso é bem difícil, não sendo possível chegar de carro.petra
Mas o que essa cidade esconde ainda é um mistério. Por quem teria sido construída e por qual motivo? E por que ela ficou tantos anos sem ser descoberta? Os motivos reais, ninguém descobriu ainda, mas existem algumas especulações de porque a cidade foi criada.
O caminho para o templo
O Vale de Moisés, localizado na aldeia de Elji é o ponto de partida para se chegar à Petra. E logo antes de chegar à necrópole, o caminho já começa a ficar um pouco assustador.
Ao longo do percurso ele vai se afunilando até ficar com apenas um metro de largura. Definitivamente, não é um passeio para claustrofóbicos.
Todo o percurso tem cerca de 1,5 km de extensão, e ao longo dele as montanhas crescem cada vez mais, formando enormes paredões onde a luz do sol já não alcança mais.
E, ao chegar ao fim da caminhada, a luz ressurge e o visitante se depara com Khazneh, o imponente templo dos mortos escavado na grande rocha do deserto.
Não se sabe ao certo qual era a função de Khazneh, mas acredita-se que ela tinha três: guardar um tesouro, servir de templo e de túmulo.
Ao longo do caminho de Petra, é possível observar forte influência da civilização romana, tanto pelas ruínas que preenchem o caminho quanto um teatro situado em uma das colinas com capacidade para mais de 3000 pessoas.
Quem eram e onde moravam os habitantes?
Os habitantes de Petra eram conhecidos como Nabateus, uma tribo formada por pastores, onde construíram seu império mais de 2000 anos atrás.
É possível encontrar gravuras nas rochas feitas por essa tribo, embora seus significados ainda sejam indecifráveis. A cidade foi levantada em um ponto estratégico, pois ficava bem no meio da rota dos mercadores na época e o acesso ao centro da cidade era muito difícil.
Por esse motivo, os Nabateus começaram a prosperar e a crescer cada vez mais o centro de Petra. Alguns poucos séculos antes do nascimento de Cristo, Petra passava pelo seu auge.
A população havia aumentado e a economia estava sólida. Porém, os ataques de territórios vizinhos eram constantes, principalmente de Roma, até que em 106 d.c. Petra foi definitivamente conquistada pelos romanos.
Mesmo depois da conquista e do fim dessa dinastia, os dois povos permaneceram em paz por mais de cem anos e Petra continuou crescendo.
Foi nessa época que os romanos criaram o teatro e a Estrada das Colunas, que levava a um aposento sagrado no templo. Contudo, a partir do século VII a história dos Nabateus chegou ao fim com a chegada dos Muçulmanos.
Como Petra reapareceue redescoberta da cidade data de 1812, quando um explorador britânico chamado Johann Ludwig Burckhardt viajava para o Egito e ouviu falar sobre a misteriosa cidade.
Ele se vestiu como comerciante local, já que tinha aprendido a língua árabe e inventou uma desculpa de que tinha prometido para um Deus sacrificar um animal.
Porém, o sacrifício deveria ser feito em um túmulo que ficava bem próximo da necrópole. Convenceu dois habitantes locais a levar ele até lá, e quando chegou ao fim da caminhada, registrou tudo o que viu em um papel.
Para não perder o disfarce, sacrificou o animal e retornou para o povoado de Elji. Já foram encontrados na cidade de Petra vários túmulos, dentre eles reais, outros públicos e outros destinados a criminosos, que eram jogados em poços. Outros túmulos foram encontrados no siq, o caminho de 1,5 km que conduzia até o templo.
Os túmulos foram colocados entre as paredes do percurso, e também há indícios de que os Nabateus eram bons engenheiros, já que há uma infinidade de canais pelas paredes que transportavam a água pela cidade.
Diz a lenda que no topo do templo de Khazneh fica um grande tesouro de um faraó, protegido por uma urna pelos milhares de anos que se passaram. É possível encontrar marcas de armas de beduínos que tentaram incessantemente se apoderar desse tesouro.
Entretanto, nunca se soube ao certo por que a necrópole foi fundada, e trinta anos
atrás Petra foi nomeada como patrimônio da humanidade.