segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Doença faz mulher ser humilhada em sua cidade por ser considerada possuída pelo demônio

Os vizinhos de Sadia Adinur têm evitado qualquer contato por pensar que ela foi possuída.

Sabendo do caso, um cirurgião britânico se comprometeu a ajudá-la. A perna de Sadia começou a inchar incontrolavelmente e hoje tem mais de 31 kg de excesso.


Sadia, de 35 anos, mora em uma comunidade na Somália. Os habitantes do local a classificam como bruxa e afirmam que ela foi possuída pelo demônio que se alojou em sua perna esquerda.

A condição é debilitante e não permite que ela faça trabalhos domésticos comuns, o que deixa seus filhos com fome sem ter acesso à alimentação porque ela não pode trabalhar. A única solução é vagar pelas ruas e pedir esmolas.

O professor Nigel Standfiel, se comprometeu a operá-la em uma cirurgia que pode durar até 10 horas. Mas, infelizmente é necessário dinheiro para que ela viaje da África até o Reino Unido. Uma ONG de sua cidade está tentando arrecadar fundos através de doações para isso.

O problema começou em 2006 quando Sadia ficou doente com uma infecção. Sua perna esquerda começou a inchar e formar grande linfedema, provocado pelo parasita da elefantíase.

Uma instituição do Reino Unido ficou sabendo do caso ao encontrá-la jogada na rua. Ela nasceu na Somália e os moradores de sua cidade expulsaram-na com medo de feitiços e maldições. O órgão está tentando conseguir passaporte e visto para que ela deixe o país e possa morar definitivamente na Inglaterra.

“Isso é muito triste, ver uma senhora com elefantíase que é uma doença tropical negligenciada. É um tipo de linfedema adquirido nos vasos linfáticos. O fluido que deveria ser drenado dos tecidos começa a se acumular, e isso é bloqueado por um verme parasita”, declarou o professor Standfield.



Ele afirma que é um especialista mundial no caso. Segundo ele, Sadia precisa ser operada, pois o verme está morto e este é um dos casos mais extremos que ele já viu. Se não for operada, é possível que ela morra de infecção generalizada.

Um dos organizadores que está arrecadando fundos (cerca de R$ 95.000 reais) para levar Sadia e seus filhos para a Inglaterra, escreveu uma carta para o primeiro ministro e para a rainha.

Os moradores da região têm medo de se aproximar de Sadia. Dizem que ela tem HIV ou algum câncer na perna e que ela é uma mulher má por isso.