quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Mistério da “megaestrutura alien” orbitando estrela foi resolvido? Primeiras teorias surgem!

Os astrônomos esperam, finalmente, dar respostas consistentes sobre as flutuações de luz estranhas em torno da estrela KIC 8462852.


Teorias já sugeriram uma megaestrutura alienígena, uma esfera Dyson (criada por corpos que envolvem a estrutura), uma colisão de estrelas ou simplesmente uma falha nos dados de detecção, mas um blogueiro famoso que escreve sobre o espaço acredita ter encontrado a causa mais plausível. Jim Galasyn propõe que o brilho do entorno seja causado ​​pelo formato assimétrico da estrela, alterando os fluxos de passagem de planetas de tamanhos diferentes, que estão obstruindo sua visão.

A estrutura estranha foi descoberta por pesquisadores liderados por Tabetha Boyajian, da Universidade de Yale, nos EUA, localizada a 1.480 anos-luz de distância. Quando um planeta passa na frente da luz de uma estrela, faz com que a luz escureça, permitindo a captura do fenômeno estranho pelo Kepler. Normalmente, esta luz escurece em um padrão simétrico. No entanto, durante o estudo da KIC 8462852, os pesquisadores notaram uma forma irregular, com mergulhos aperiódicos em fluxo. Em alguns casos, o fluxo ia 20% abaixo do nível e durava entre 5 e 80 dias.

Galasyn, autor do blog ‘Desdemona Despair’, acredita que se a estrela possuir um disco achatado nos polos, poderia ser o suficiente para criar os mergulhos não uniformes em fluxo. Ele revela ter encontrado uma pesquisa que explica que as curvas de luz anômalas de KIC 8462852 possam ser causadas por tal condição, pois algumas estrelas não têm discos uniformemente brilhantes e giram em uma taxa tão alta que possuem uma forma esferoidal. Isso faz com que elas tenham um raio maior no equador do que nos polos. Os polos, com o seu raio menor, têm uma maior gravidade superficial, sendo mais quentes e brilhantes.

Enquanto isso, o Equador é mais frio e mais escuro, em uma área chamada de “gravidade escurecida”. Galasyn sugere que as quedas e aumentos no fluxo de KIC 8462852 são causados quando um planeta - ou planetas - passam através destas áreas mais claras e mais escuras.



Em particular, duas depressões, após 1520 e 1570 dias de missão de Kepler, são mostradas com uma forma semelhante, porém com magnitudes diferentes. Apesar de suas diferenças, ambas as curvas seguem a forma de um planeta que viaja através de um pólo iluminado, como sugerido no documento. Na verdade, Galasyn alega que as duas depressões poderiam ser causadas ​​por dois planetas que se movem a frente da estrela. Se o primeiro planeta for grande, poderia bloquear a estrela em até 20%,enquanto um planeta menor poderia obstrui apenas 8% da visão. A segunda trajetória pode ser mais curta porque o planeta menor está se movendo mais rápido, orbitando mais perto da estrela. Isso mudaria a quantidade de fluxo capturada por Kepler.

Seth Shostak, astrônomo sênior do Instituto Seti (Projeto de Busca por Inteligência Extraterrestre), disse que sua equipe deve obter respostas sobre o que está causando os mergulhos em fluxo ainda esta semana. No entanto, ele advertiu que as leituras estranhas não podem ser causadas ​​por megaestruturas extraterrestres, contrariando suposições anteriores. 
Por Bruno Rizzato