sábado, 23 de janeiro de 2016

REVELAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O CASO VARGINHA

O  mais célebre caso ufológico do país, envolvendo um personagem que se tornou conhecido por todos, o “ET de Varginha”, foi de fato investigado pelas autoridades, em dois processos: uma rápida sindicância em maio de 1996 e em um inquérito mais longo concluído em julho do ano seguinte. A divulgação das conclusões do inquérito pela revista IstoÉ desta semana vem causando agitação, porque nele o tenente-coronel Lúcio Carlos Finholdt Pereira sugere uma “hipótese mais provável” surpreendente.


Segundo o inquérito, um cidadão conhecido como “mudinho”, portador de deficiência:

“estando provavelmente sujo, em decorrência das fortes chuvas, visto agachado junto a um muro, teria sido confundido por três meninas aterrorizadas com uma ‘criatura do espaço’”.


O ET de Varginha seria um morador da cidade que costuma ficar agachado olhando ao chão, como a comparação presente no inquérito sugere.

A explicação prosaica seguramente não satisfaz aos entusiastas, como não foi satisfatória às garotas, ou mesmo ao ufólogo e principal investigador do caso, Ubirajara Rodrigues. No livro “O Caso Varginha” (2001), Rodrigues já abordava a hipótese:

“No local de seu encontro com o ser incomum, reside um rapaz de nome Luiz (…), com sérios problemas mentais. Luizinho anda por todo o bairro e costuma sentar-se com os joelhos à altura do peito. Não fala. Na primeira ida das garotas ao terreno, após o avistamento, Luizinho aproximou-se e se agachou, como sempre faz. Kátia [uma das três garotas] aproveitou para rir, achando verdadeira graça da hipótese de terem avistado aquele rapaz doente e o confundido com a criatura que descreveram. ‘Ah, até cigarro já dei pra ele, quem não conhece o Luizinho? Imagine se iríamos confundir ele com aquilo’”.
Já então teria sido desmentida a tese que o inquérito policial militar aventaria como a mais provável?

Coincidências
Algo notável sobre o chamado Caso Varginha é a conjunção de coincidências. Qualquer que seja a hipótese abordada para compreender o que pode ter ocorrido na cidade mineira, que pode ser de tudo, inclusive nada, coincidências muito curiosas serão necessariamente consideradas.

Considere-se, por exemplo, que o “Caso Varginha” ocorreu na cidade onde reside o próprio Ubirajara Rodrigues, um dos poucos e principais pesquisadores OVNI ativos em todo o país há algumas décadas. Considere ainda que o local onde as três garotas teriam visto a “criatura” fica a poucas quadras de onde Rodrigues de fato residia, e foi assim que ouviu já no dia seguinte os rumores que então se alastravam pelos quarteirões e logo pela cidade a respeito do evento.

Ou lembre-se de que poucos meses antes do encontro das garotas, alienígenas despertaram enorme interesse popular com o filme de uma suposta “Autópsia Alien”, vista por centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, e no Brasil, exibida exatamente nos mesmos veículos de mídia que abordariam o Caso Varginha. Não é surpresa que a “criatura”, que as jovens nunca afirmaram ser um ser de outro planeta, fosse logo conhecido como o ET de Varginha. ETs estavam em voga, e poucos meses depois do Caso Varginha, o blockbuster “Independence Day” provocaria estardalhaço ainda maior e ao final renderia quase um bilhão de dólares.

Há mais coincidências. Exatamente naquele dia, 16 de janeiro de 1996, momentos depois das garotas tomarem um atalho por um terreno baldio e virem a “criatura” agachada, uma intensa tempestade de granizo se abateu sobre a região. Ela provocou alguns estragos, e unidades dos bombeiros teriam se deslocado para atender a algumas ocorrências. Incluindo, rumores diziam, capturar mais criaturas.

Finalmente, retornamos à coincidência de Luizinho. Absurda como possa parecer a princípio, rejeitada prontamente pelas testemunhas, há uma coincidência notável:

Luizinho mora em frente ao terreno onde as garotas tiveram seu aterrorizante encontro. E o homem costuma ficar de cócoras, exatamente na mesma posição que a suposta criatura que assustou as garotas.

Ainda que se descarte de pronto a ideia de que  tivesse sido confundido por “aquilo”, seria preciso aceitar de pronto a coincidência tão ou mais bizarra de que uma criatura desconhecida, quiçá mesmo do espaço, veio à Terra para se agachar no terreno em frente à casa onde um humilde e calado homem portador de deficiência costuma ficar exatamente na mesma posição.

Seria uma coincidência cósmica de cócoras.

et_varginha

A possibilidade de que as garotas tenham sim confundido o morador que conheciam há muito não deve ser descartada de pronto. Não pode, por outro lado, ser aceita com tanta facilidade. Coincidências bizarras fazem parte do Caso Varginha, seja qual for a tese defendida para entendê-lo.




A explicação oficial é possível, e sim plausível, mas dificilmente saberemos com segurança o que de fato as três garotas encontraram naquele dia. O que sabemos é que o que quer que tenha sido, Luizinho morava à frente, na mesma posição descrita.

No mínimo uma inacreditável coincidência, no máximo uma surpreendente explicação.