Em 1955, a marroquina Zahra Aboitalib sentiu as dores do parto e foi levada a um hospital, mas depois de ver uma mulher morrer na mesa de operações durante uma cesárea (e achando que poderia ter o mesmo destino), fugiu aterrorizada para a sua pequena cidade – uma pequena vila nos arredores da cidade de Casablanca, em Marrocos.
Depois de sofrer alguns dias com fortes dores, Zahra parou de reclamar de dor. “As dores simplesmente pararam!”, diz ela!
A marroquina acreditava no mito local do “bebê dormindo”, que pregava que um feto poderia ficar hibernando dentro da barriga da mãe por um tempo indeterminado.
Então, em 2011, 56 anos depois, a mulher (na ocasião com 75 anos de idade, mãe adotiva de três filhos e avó de um deles) começou a sentir fortes dores novamente e, depois de vários exames no hospital, o Dr. Taibi Quazzani lhe explicou que ela havia passado por uma gravidez ectópca (onde o bebê se desenvolve fora do útero da mãe) e que o corpo do neném havia se fundido com os órgãos internos de Zahra. Para se proteger da infecção a partir deste ‘corpo estranho’, explica o Dr. Taibi, o corpo desenvolveu uma camada de material calcificado duro em torno do bebê morto.
Operação arriscada
A operação para remover o feto calcificado foi muito delicada, pois ao longo das décadas o feto havia se fundido com a parede abdominal de Zahra e outros os órgãos internos. Graças à tecnologia e à perícia da equipe médica, os cirurgiões responsáveis conseguiram – com a ajuda de tomografias e ressonâncias – localizar com exatidão o local da nova cesariana. Sem esses dados, os médicos poderiam ter errado feio e causado uma hemorragia interna, matando Zahra.