URGENTE: Se EUA atacar o exército sírio, 3ª Guerra Mundial será inevitável
Se bombardear o exército sírio, os EUA poderão desencadear Terceira Guerra Mundial
Kevork Almassian, jornalista e analista político sírio, disse na emissão da Rádio Sputnik Internacional que a declaração dos EUA sobre suspensão da cooperação com a Rússia é “enganosa”, visto que não havia uma verdadeira cooperação, tendo as partes abordagens diferentes para acabar com a guerra civil na Síria.
Depois de o governo dos EUA suspender a cooperação com a Rússia na Síria no início desta semana, a questão de uma ação militar da Casa Branca contra Damasco é cada vez mais uma realidade.
De acordo com Almassian, os americanos provavelmente não estavam interessados em evitar a violência em Aleppo, estão satisfeitos com o status quo e apoiam a Frente al-Nusra, enquanto os russos e os sírios estão determinados a libertar a cidade a qualquer custo.
“Eu acredito que os americanos foram forçados a acabar com essa cooperação porque eles sentem vergonha na frente de seus aliados, pelo menos no Oriente Médio, eles se envergonham de a sua estratégia não estar funcionando na Síria,” disse Almassian durante a emissão.
Diana Johnstone, escritora que também participava do programa, concordou com Almassian, dizendo que os EUA sempre tiveram o único objetivo de eliminar o governo independente nacionalista árabe da Síria, colocando no poder grupos pró-americanos. Este plano, destaca escritora, falhou, e agora a nova estratégia é “simplesmente destruir a Síria.”
Manter o estado de guerra é do interesse dos EUA e de seus aliados na região, Israel e Arábia Saudita, disse ela. “Essas forças se reuniram para destruir o Estado legítimo da Síria, é isso que está em causa acima de tudo,” disse Jonhstone à Rádio Sputnik Internacional.
A decisão por parte da administração Obama de começar uma campanha direta de bombardeios contra o exército sírio é uma consequência de os EUA terem perdido a guerra por procuração na Síria, de acordo com Almassian. O presidente dos EUA, no entanto, provavelmente não tomará medidas tão drásticas, especialmente quando se dá conta que exército sírio apoiado pela Rússia tem vindo a ganhar mais poder.
“Tudo isso são apenas palavras “, considera Almassian. “Se os americanos bombardearem a Síria, acho que teremos uma nova Guerra Mundial. Quer dizer, isso não é um exagero”, alertou, explicando que uma intervenção direta poderia resultar em consequências dramáticas.
Diana Johnstone, por sua parte não foi tão otimista: “Os Estados Unidos já atacaram soldados sírios matando mais de 60 e deixando mais de cem feridos, dizendo que se tratou de um ‘engano’”, disse ela. “Os EUA não querem enviar tropas terrestres, os Estados Unidos querem destruir (n.T: e controlar) o resto do mundo a partir de uma distância segura”, concluiu a escritora.
Aleppo, na Síria, palco de sangrentas batalhas e severos bombardeios
Se os EUA levarem a cabo bombardeios há alta possibilidade de uma maior conflagração, com os russos contra os americanos, de um lado, e os sauditas contra o IRÃ, por outro, disse Kevork.
O Departamento de Estado norte-americano anunciou o rompimento das relações com a Rússia no que diz respeito às conversas sobre o cessar-fogo na Síria. Segundo Washington, não há mais possibilidades de manter a cooperação com Moscou para acabar com a crise na República Árabe porque os russos não cumpriram sua parte no acordo firmado para esse fim.
“Os Estados Unidos estão suspendendo sua participação nos canais bilaterais com a Rússia que foram estabelecidos para a cessação das hostilidades (na Síria)”, disse o porta-voz da diplomacia americana, John Kirby. “Essa não foi uma decisão tomada de maneira leviana”. Como consequência dessa decisão, os EUA irão retirar da Síria os especialistas enviados para monitorar a trégua no país.
Em 9 de setembro, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, anunciaram um novo plano para acabar ou pelo menos suspender o conflito no país do Oriente Médio. No entanto, o novo regime de cessar-fogo foi rapidamente violado por grupos radicais locais, levando a uma intensificação dos confrontos entre os rebeldes e as forças do governo sírio, que anunciou então o fim da sua participação no acordo.
Apesar das inúmeras trocas de acusações entre todas as partes envolvidas, Lavrov defendeu, até esta segunda-feira, a importância de se trabalhar para manter o acordo e a cooperação com os EUA, agora, oficialmente, rompida.