sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Seria possível acordar falando uma língua diferente?

galinha tonta. Era assim que Evalsdon Bispo dos Santos, um mineiro da cidade de São Francisco, era chamado pelos amigos. Quando criança, Evaldson era muito pobre, sua mãe mal tinha dinheiro para sustentar a família e o menino, se quisesse comer, tinha que pedir comida pela vizinhança.

Um dia, enquanto comia no quintal de uma vizinha, graças ao prato que havia recebido da empregada da casa, foi surpreendido pela dona da residência, que jogou sua comida no chão. Assustado, Evaldson correu para sua casa, deitou em sua cama e chorou até dormir.

Na manhã seguinte, o menino contou à mãe que havia sonhado com três outros meninos, sendo que cada um deles se comunicava em uma língua diferente: alemão, inglês e japonês. Detalhe: àquela época, o garoto tinha apenas sete anos. Não demorou para que ele começasse a contar as histórias que ouvia nas línguas com as quais elas eram contadas.

Como assim?

Assustada, a mãe do garoto foi procurar ajuda na igreja e, coincidentemente, o padre que atendeu à mãe de Evaldson era alemão. Os dois conversaram e, de fato, Galinha Tonta não estava mentindo nem inventando palavras.

Até o momento, o menino era analfabeto e, de repente, começou a escrever nos muros de casa, nos três idiomas. O repórter Maurício Kubrusly, em entrevista à Rádio CBN, disse que foi conhecer Evaldson, que hoje já é adulto, e que chegou a leva-lo para São Paulo, na Liberdade, região de predominante cultura japonesa. Lá, Evaldson conversou com pessoas que também falam japonês, ou seja: mais uma confirmação.

Hoje Edvaldson Galinha Tonta tem uma escola nos fundos de sua casa, onde ensina os três idiomas que fala além da Língua Portuguesa a pessoas de sua cidade, sem cobrar nada por isso. De acordo com ele, os três meninos apareceram em seus sonhos por 15 anos. Para conhecer um pouco mais a respeito dessa história incrível, veja o vídeo abaixo:Agora imagine que acorde falando um idioma novo, reapareceu em sua cabeça, ou mesmo esquecer a língua que você fala todos os dias. Não se surpreenda isso já aconteceu! Esse é o caso do Alun Morgan.

Alun Morgan, um inglês de 81 anos acordou do coma em que havia caído depois de sofrer um acidente vascular e começou a falar galês, língua que nunca aprendeu formalmente, no entanto acabou esquecendo completamente o seu próprio idioma. Depois de passar três semanas em coma, o homem acordou e começou a falar com os médicos e com sua esposa em galês, fato que surpreendeu o público. “Fui hospitalizado devido a um acidente vascular cerebral que me deixou em coma. Quando minha consciência voltou tentei falar com os médicos, mas para minha surpresa, ninguém me compreendia“, comentou o ancião.“Fiquei ainda mais surpreso quando minha esposa me disse o que estava acontecendo”. A habilidade para falar em galês durou apenas três dias, depois que seu cérebro se redefiniu ele voltou a falar em inglês, mas com uma grande dificuldade, sendo obrigado a se tratar com uma fonoaudióloga.

Alun-Morgan

 Alun Morgan cresceu com o idioma inglês, mas viveu em Gales em sua infância, a mais de 70 anos. Além de sua mulher ser galesa, ela não fala esse idioma há muito anos. Atualmente o homem garante que esqueceu por completo o galês. Os médicos explicaram que como consequência do acidente vascular cerebral, Alun Morgan sofreu uma condição que afeta a capacidade de uma pessoa processar a linguagem. Embora uma parte de sua memória ser fechada, se abriu uma janela de outra parte de sua memória, que recordou da língua galesa que escutou quando era menino. Os especialistas salientam que o caso de Morgan é surpreendente e inusitado.

Outro caso que esse fenômeno aconteceu foi com o americano Michael Boatwright que acordou em um hotel de beira de estrada na Califórnia sem saber a sua verdadeira identidade. (Pior: só falava em sueco e acreditava que seu nome de batismo era Johan Ek). Ele esqueceu como se fala em inglês e tem poucas lembranças de sua vida pregressa. Por essa razão, decidiu voltar à Suécia, onde morou nos anos 80 e 90, para tentar reencontrar seu passado. Boatwright relatou os momentos de pânico por que passou ao recobrar a consciência. “(No hospital) eu tremia como se eu tivesse epilepsia. Nunca tive isso, mas estava tremendo muito. Não sabia onde estava nem quem eu era. Então, de repente, uma enfermeira veio me perguntar: Quem é você? Quem é você? E daí eu respondi: O que você está falando? Não consigo entender nada”. “No dia seguinte, eles me mostraram a minha identidade. Eu não reconhecia o homem cuja foto estava ali. Então eu olhei no espelho e comecei a chorar. Eu não me reconheci. Esse não sou eu”. Os médicos acreditam que o estado do americano pode ter sido desencadeado por traumas físicos ou emocionais. Mas Boatwright ainda não tem ideia de onde veio o problema. Ele diz que se sente aliviado por estar na Suécia e quer recordar lembranças boas e ruins à medida que sua memória voltar.