segunda-feira, 13 de abril de 2015

cachorros no rio de janeiro viravam pastel em pastelaria

 Eles recolhiam os cachorros nas ruas, e matavam à pauladas.                                                                  Denúncias sobre a exploração de trabalho escravo de chineses deram início às investigações em 2013, quando o Ministério Público do Trabalho denunciou à Justiça Federal o chinês Van Ruilonc, de 32 anos, dono de uma pastelaria em Parada de Lucas. Um grupo de comerciantes chineses está na mira de procuradores do Ministério Público do Trabalho, no Rio. Eles são acusados de aliciar pessoas na cidade de Guangzhou, na província de Guagdong, e trazê-las para o Brasil, onde eram exploradas em regime de trabalho escravo. Uma investigação já foi finalizada e resultou na prisão de um dos envolvidos no crime.
Em uma das pastelarias visitadas por procuradores e fiscais do Ministério Público do Trabalho, cachorros que haviam sido mortos a pauladas estavam congelados dentro de caixas de isopor, nos fundos do estabelecimento. Segundo participantes da operação, a carne dos animais, que eram guardados na lanchonete de Parada de Lucas, seria utilizada na produção de pastéis e outros salgados.
De acordo com o depoimento do dono do estabelecimento, que cumpre pena no Complexo do Gericinó, o uso de carne de cães na produção de pastéis é uma prática comum nas lanchonetes chinesas espalhadas pela cidade. Num primeiro momento, ele disse à polícia que não tinha conhecimento de que era proibido o abate desses animais no Brasil. Depois, admitiu que sabia se tratar de prática ilegal, tanto que recolhia os cachorros nas ruas da Zona Norte.
Segundo a procuradora Guadalupe Louro Couto, a descoberta causou angústia em toda equipe de fiscalização.
— Já vi muita coisa ruim, principalmente em trabalhos que realizei em fazendas do Mato Grosso. Mas o que encontrei naquela pastelaria foi o pior de tudo. Para começar, havia uma cela, como se fosse uma cadeia, com grades e cadeado, montada dentro da lanchonete, onde o trabalhador ficava encarcerado. Além disso, ele convivia com o cheiro dos cachorros mortos, que ficavam ao lado dele. Eu não aguentei. Quando senti o cheiro, comecei a passar mal e pedi para sair do estabelecimento. Ao abrimos as caixas de isopor, vimos os cachorros congelados. Ficamos perplexos. Foram vários os crimes cometidos ali — afirmou a procuradora.