sexta-feira, 20 de maio de 2016

Mistério batidas na madrugada assustam moradores de uma residência em Americana

Há dois meses um mistério ronda uma residência na Vila Belvedere, em Americana. Um barulho intenso, como se uma marreta estivesse quebrando pedras, surge debaixo da casa onde mora a aposentada Elvira de Godoy, de 81 anos, há mais de 40 anos.


 De tão forte as batidas, a parede treme e o impacto é ouvido pelos vizinhos.
Dentro de casa ninguém consegue dormir, já que as batidas acontecem geralmente de madrugada. Um boletim de ocorrência foi registrado e a polícia esteve ontem na casa, e, apesar de não ter ouvido o barulho, disse que está apurando o fato.
A hipótese mais provável, segundo levantou o genro de Elvira, Agnaldo Ribeiro de Jesus, de 48 anos — que mora com a esposa e os filhos na casa dos fundos — é que tenha alguém cavando um túnel naquele ponto.
“As batidas começaram aqui na parede da televisão e já andou tudo isso”, apontou Agnaldo para a parede ao lado, onde inclusive tem um pedaço de reboco caído devido ao impacto. “Quando começam as batidas treme toda a parede, o chaveiro balança, e até os vizinhos escutam”, disse.
A reportagem escutou as gravações feitas pela família, e o estrondo das batidas é muito forte. Cansado de ficar sem respostas, Agnaldo fez um buraco no ponto onde as batidas estão mais fortes, e para sua surpresa, após dar cinco batidas com uma barra de ferro o objeto desceu cerca de 2,10 metros com facilidade, terra abaixo. Além de descer reto, o vergalhão também desceu na diagonal, e não fica sujo de terra. A Defesa Civil esteve na casa mas não constatou qualquer dano estrutural.


As batidas sincronizadas ocorrem geralmente após as 20h, e se estendem de maneira alternada pela madrugada.
“Acordo às 4h, e às vezes sou acordado às 3h40 com o barulho das batidas. O que pedimos nesse momento é que alguém que tenha alguma sonda, ou até um detector de metal, que viesse investigar o que pode ser”, pediu. A casa foi construída há 50 anos e nunca um barulho semelhante foi ouvido, disse o morador.
Caso seja a ação de alguma quadrilha planejando um ataque subterrâneo, o alvo mais próximo seria uma empresa de lubrificantes, que fica na quadra de cima de onde surgem os barulhos. O banco mais próximo está a pelo menos um quilômetro dali.
O vizinho dos fundos, Reinaldo de Brito Gondin, o Tico, de 67 anos, conta que durante nove meses no ano passado escutou barulhos semelhantes quando morou em uma casa próxima a da Dona Elvira.
“Eram pancadas na parede, parecia alguém marretando”, lembra. De fevereiro a dezembro ouviu o barulho de maneira intensa, também nas madrugadas, e agora ouve os estrondos vindos da sala de Elvira. “É um mistério”, avalia Tico.
Investigação
Policiais civis estiveram na casa de Elvira na tarde desta segunda-feira (16), e à princípio descartaram que alguém esteja fazendo um túnel.
“Para determinarmos a causa disso é difícil. Pode ser que haja algum problema geológico, que esteja ecoando o barulho de alguma região”, disse um investigador, que não quis se identificar.
Ele afirmou que logo após sair da residência circulou pelo bairro em busca de algum elemento que pudesse revelar o barulho, mas sem sucesso. “Não podemos quebrar o solo da residência. Isso é um trabalho de engenheiro, com equipamentos específicos”, explicou.